quarta-feira, abril 25, 2007

 

Dia do Contabilista - 25 de Abril

FONTE: http://www.classecontabil.com.br


25 de abril, Dia do Contabilista. No Rio Grande do Sul, existem atualmente em torno de 35 mil profissionais, entre técnicos e graduados. Esta é uma data para comemorar, mas também um momento de reflexões.

Quais os avanços conquistados ao longo dos anos, o que precisa ser aprimorado e que caminhos promissores podem ser trilhados pelos contabilistas do País? Estes são alguns dos pontos discutidos, a seguir, por alguns profissionais do setor.

As constantes alterações na legislação tributária, o surgimento de novas áreas ligadas à economia e à expansão do meio empresarial fazem dos contabilistas uma classe com inúmeras possibilidades. O presidente do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre, Daniel Souza dos Santos, afirma que, embora existam muitos profissionais de contabilidade, ainda há espaço para mais. "A classe está consolidada no mercado, é um setor com futuro promissor. Estamos sendo chamados a opinar e a participar mais", garante.

Segundo Santos, enquanto houver burocracia no País, o que representa um entrave ao desenvolvimento econômico, a profissão crescerá. Ele diz que a categoria tem buscado representatividade política, tentando sair da condição de mero espectador. "Uma das nossas metas é apoiar colegas que queiram ingressar no poder legislativo, via eleição municipal, estadual ou federal, onde não temos quem fale por nós."

O vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade, Paulo Schnorr, diz que esta é uma profissão de extrema importância em todos os segmentos da sociedade e está evoluindo freqüentemente. "No mundo globalizado, este é um dos setores mais importantes. A linguagem dos números é universal", afirma.

Entre as reivindicações da classe, ele destaca a harmonização das Normas Internacionais de Contabilidade, que apresentam diferenças entre os países. Schnorr explica que existem vários organismos internacionais discutindo essa padronização, com participação de grupos de trabalho do Rio Grande do Sul inclusive.

"A Ciência Contábil é única. A demonstração contábil deve ser compreendida no Brasil ou onde quer que seja. Se atualmente nós vivemos num mundo sem fronteiras, onde o capital vale tanto para os Estados Unidos quanto para as outras nações, não podemos manter essas diferenças", diz.

A padronização das normas torna a apresentação de empresas brasileiras no exterior mais fácil, uma vez que a demonstração contábil seria feita de acordo com um consenso universal, e não apenas seguindo diretrizes nacionais. "É uma perspectiva de maior atuação do contabilista no futuro, ao desenvolver e ampliar esse trabalho", acredita Schnorr.

Legislação tributária requer atualização constante

Os contabilistas apontam as constantes mudanças na legislação tributária como uma tarefa que consome grande tempo e envolvimento no seu trabalho. "Estamos constantemente envolvidos com a legislação, em especial a tributária. No País temos mais de 45 tipos de impostos, e as mudanças na legislação, seja fiscal, tributária ou trabalhista, são corriqueiras. Toda semana surge uma nova lei, que afetará a vida das empresas e a população em geral", diz o presidente do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre, Daniel Souza dos Santos. "Quem, além de advogados e nós, entende tanto de leis no Brasil?", questiona.

"Somos heróis ao lidar com as mudanças colocadas em prática com tamanha freqüência. Os tributos representam um problema no Brasil, nem todos conseguem acompanhar como deveriam a rapidez das modificações impostas", diz o vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade, Paulo Schnorr. Para auxiliar os contabilistas, o conselho promove cursos de educação continuada em todas as cidades do Rio Grande do Sul.

Schnorr diz que, embora a participação ao longo de 2006 tenha sido de 30 mil pessoas (número aproximado de profissionais entre técnicos e graduados no Estado), isso não significa que todos tenham comparecido aos encontros. "Uma pequena parcela acaba participando, e muitos vão mais de uma vez, assistem a mais de um curso, por isso não sabemos ao certo quantos estiveram presentes." Para eles, o bom profissional deve buscar manter-se sempre informado sobre as novidades no setor.

Profissionais devem investir no marketing pessoal

Ao contrário de outras profissões, que propagam sua importância junto à sociedade, o contabilista nem sempre faz-se valorizar junto aos seus clientes. A constatação é do vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade, Paulo Schnorr. "Não sabemos vender nossa imagem. Falta a muitos o desenvolvimento do marketing pessoal. Todos precisam de um contador, seja empresa ou cidadão", afirma.

De acordo com Schnorr, a fama de mau-humorado, que muitos têm, deve-se à época em que o profissional ficava sentado atrás de uma escrivaninha, envolvido apenas em assuntos burocráticos. Com o advento da informática e desenvolvimento de programas que realizam muitas das tarefas braçais que até então ocupavam o tempo, agora há a oportunidade de mudar, de interagir com outras áreas.

"Infelizmente alguns continuam ligados ao passado, distantes, enquanto deveriam interpretar a complexa legislação tributária de uma maneira mais simples para os seus clientes", afirma.

O presidente do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre, Daniel Souza dos Santos diz que a situação começou a melhorar, com uma maior valorização por parte das empresas, que consideram o profissional importante para seu sucesso. "O contabilista tem participado mais da tomada de decisões, na estratégia corporativas."

Para garantir o melhor desempenho do contabilista em seu trabalho, Schnorr diz ser essencial a atuação em conjunto com outros segmentos. "Quem não tiver um advogado perto de si estará fadado ao fracasso. É necessário um advogado que dê suporte na parte da legislação", defende.

Ele critica aqueles que buscam a graduação no curso de Direito também, por entender que essas pessoas correm o risco de não ter especialização em nenhuma das duas áreas. "É preciso interagir com os outros profissionais. Muitos querem interpretar a lei, mas para isso existem os advogados. É como ler uma bula de remédio. Quem não é da área médica desconhece os conhecimentos específicos e não entende o que está escrito", argumenta.

Além de advogados, ele considera importante o trabalho conjunto com os administradores. "Abastecemos o cliente de informações contábeis. De posse desses dados, o administrador tomará suas decisões. Cabe ao profissional contábil ser a fonte da informação aos administradores das companhias." Schnorr lembra que, muitas vezes, o administrador escolhe investimentos e outras ações sem ter consultado o seu contador, o que ocorre mais usualmente nas pequenas e microempresas.

Ele afirma ainda que uma das formas de o contabilista mostrar à sociedade que pode participar da vida conjunta é fazendo o balanço social das empresas.

Preocupação com o social cria novos mercados de trabalho

Acostumado a lidar só com questões financeiras, o profissional de Ciências Contábeis viu nos últimos anos crescer a sua ligação com outras áreas e, conseqüentemente, novos e promissores mercados de trabalho. "A preocupação com o meio ambiente é imprescindível em todos os setores atualmente. Se o empresário fornece equipamentos ou serviços para uma companhia de energia elétrica, que deseja construir uma hidrelétrica, precisa saber os riscos que esse investimento ocasionará na natureza", diz o contador Paulo Schnorr.

A legislação prevê pesadas multas e penalidades a quem polui, com prejuízos financeiros e de imagem junto à sociedade. O contabilista não pode ignorar essas informações, que revertem em grandes danos ao seu cliente. "Um exemplo claro disso foi a poluição no rio dos Sinos, ocasionada por empresas. O caso repercutiu na contabilidade dos envolvidos, que arcaram com multas. O profissional tem que saber interagir e interpretar as informações, para avaliar a situação", aconselha.

Outro setor que carece de profissionais está ligado ao desenvolvimento dos balanços sociais. Algumas empresas têm publicado o seu levantamento, mostrando a geração de emprego, projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores e à comunidade. É uma forma de dar transparência às atividades realizadas.

O presidente do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre, Daniel Souza dos Santos, cita a Lei de Responsabilidade Fiscal como outro espaço para atuação dos profissionais. "O surgimento dessa legislação obrigou o poder público a apoiar-se mais na opinião dos contabilistas. Há uma grande procura por pessoas com essa capacitação. É uma pena que poucos se formam nesta área diante da demanda do mercado."

CRC gaúcho comemora seus 60 anos

Neste 25 de abril, comemoramos também o aniversário de 60 anos do Conselho Regional de Contabilidade. O ex-presidente do CRC-RS, Enory Spinelli, que exerceu o cargo nos anos de 2001 a 205, diz que, durante esse tempo, ocorreu uma evolução muito grande. "Se olharmos ao longo desse período, veremos mudanças importantes no campo do conhecimento científico da contabilidade, e nos últimos anos através da tecnologia. No início pensava-se em escriturador de contabilidade. Passamos por vários processos, do manuscrito, maquinizado até o atual, com a tecnologia."

Spinelli destaca a importância da atuação do conselho regional, juntamente com as outras entidades de classe. O ex-presidente diz que no Rio Grande do Sul a união existente entre as diferentes entidades promove o desenvolvimento da profissão. "É muito saudável essa maturidade que existe na atuação conjunta de órgãos distintos", diz.

Ao profissional é exigido atualmente maior conhecimento, que passa pelo ensino. "A educação na área contábil deve evoluir para acompanhar as exigências do mercado. Os cursos de graduação nem sempre preparam seus estudantes como deveriam. Temos os cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado, que possibilitam a especialização de áreas específicas, mas algumas faculdades permanecem na era do giz e quadro negro, o que desmotiva os alunos", acredita.

Para ele, a profissão está num estágio muito interessante, que permite o ingresso em várias áreas, não apenas no mundo dos negócios, mas também no setor público. As mudanças sentidas até agora não devem parar por aí. "Se mudamos em 60 anos, como será nossa profissão em 2015, 2020? As modificações estão mais rápidas. Não precisaremos esperar outros 50 anos para sentir alterações significativas", afirma.


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