segunda-feira, janeiro 08, 2007

 

O Melhor Filme de 2006 é...









Johnny & June ou Match Point?” Essa foi a cruel dúvida que se abateu em minha mente diante da grade de horário no cinema UCI, no dia 18 de Fevereiro de 2006. Minha opinião estava mais inclinada para o cinebiografia do cantor folk Johnny Cash, mas como estava acompanhado da ilustre presença de minha genitora e, sabendo sua predileção por Woody Allen decidi agradá-la. Gol!, Touch-down!, Cesta!, Bingo! e... Match Point!!! Havia acertado na mosca. O mais recente filme do genial nova-iorquino Woody Allen é algo cheio de energia, imprevisível, vigoroso, angustiante e muito bem escrito, uma pérola do cinema moderno. Após a entrega do OSCAR, a grande (e triste) sensação foi de injustiça pela única indicação do filme à premiação (Melhor Roteiro Original). Lembro-me bem que após o assassinato de uma importante figura no filme, toda a sala de cinema cochichava, abismada com o que vira, e, eu, notando a inquietude geral, viro-se para minha mãe e, eufórico, digo: “Este filme é louco!” . Com um ar de superioridade, alegria e de “já passei por isso antes”, ela afirma: “Allen, sim, é louco.” . Isso bastou!! Love for the first sight!! Meu primeiro filme de Woody Allen e já senti a bomba batendo de forma diferente!

Após sua tradicional abertura com letras brancos em um fundo preto, enquanto os atores são listados em ordem alfabética é narrada a história de Chris Wilton (Rhys-Meyers), um ex-jogador de tênis profissional que, cansado das constantes viagens e consciente de que jamais será um campeão, aceita um emprego como professor em um clube da alta sociedade. Ambicioso e carismático, o jovem logo faz amizade com o rico Tom Hewett (Goode), que lhe apresenta sua irmã Chloe (Mortimer). Não demora muito até que Chris e Chloe estejam namorando – e tudo parecer correr espetacularmente bem para o rapaz até que, certo dia, ele conhece a noiva de Tom, a americana Nola Rice (Johansson), por quem se interessa imediatamente, jogando a cautela para o alto e arriscando um futuro promissor pela possibilidade de se envolver com aquela belíssima mulher. É nesse enredo aparentemente clichê que é desenvolvido Match Point, nessa montanha social, onde o topo é a elite londrina, a terra dos mecenas das artes, dos patrões, da “segurança” financeira. E quem melhor do que um alpinista social para tamanha tarefa. Tarefa bem feita, por sinal!

Sempre fui declaradamente um péssimo em análises de atuações, mas aquelas fáceis de serem identificadas eu meu dou bem, como por exemplo: entre as mais recentes tem Meryl Streep como Miranda Priestly em O DIABO VESTE PRADA (simples e única), Philip Seymour Hoffman como o escritor Truman Capote em CAPOTE (uma atuação quase espírita, seré Seymour um médium?), Matt Dillon como o Oficial John Ryan em CRASH (este homem arrancou uma lágrima de KorneliuX), Keira Knightley como Elizabeth Bennett em ORGULHO E PRECONCEITO (não é a toa que é minha namorada) e agora Jonathan Rhys Meyers, impecável num papel difícil, que, interpretado por um qualquerzinho, poderia transformar Chris Wilton num personagem caricato. Já a deusa dos lábios de 3X4, Scarlett Johansson, foi tão elogiada, acho que até exageradamente, apesar de sua habilidade em construir uma Nola Rice que nos surpreende com sua atuação vascilante: ora femme fatale ora garotinha ingênua “virgenzinha do papai”.

Não arrisco escrever nada sobre o Woody Allen, havia usado o termo “genial” anteriormente baseado somente em minha experiência com seu único filme que assisti até agora. Voltou a frizar, em se tratando de MATCH POINT – PONTO FINAL (itálico), sua direção é impecável, a cada momento em que o público arrisca desvendar o que vem pela frente, ele, habilidosamente, desmente tudo. Assistir este filme é praticar um exercício de persistência e, no final (para seu bem), irás desistir perante a facilidade do autor em imaginar um enredo realista, atual e criativo. Um cineasta de coragem que não faz concessões para satisfazer X ou Y.

Apesar deste filme merecer uns 4 posts só de elogios, cheguei a conclusão nos últimos dias que não estou preparado para escrever críticas, principalmente em se tratando de películas do nível de MATCH POINT. Sou um aspirante na arte da resenha cinematográfica, não estudo para isso (por enquanto). O que eu escrevo é muito “vacinado” por opniões alheias, isso me incomoda, mas às vezes me alegra, principalmente quando eu noto que minhas tímidas opniões sobre tal filme bate com a de um crítico. Tendo esse meu “drama” em vista eu não irei me prolongar muito meus comentários sobre os próximos filmes que irei postar aqui, ok? Segundo a música do Garbage, “Silence is Golden”, até que eu tenha condições de enfrentar o silêncio a altura.


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